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Há muitas coisas
O cão sem plumas
O cão sem plumas - João Cabral de Melo Neto I. Paisagem do Capibaribe A cidade é passada pelo rio como uma rua é passada por um cachorro; uma fruta por uma espada. O rio ora lembrava a língua mansa de um cão, ora o ventre triste de um cão, ora o outro rio de aquoso pano sujo dos olhos de um cão. Aquele rio era como um cão sem plumas. Nada sabia da chuva azul, da fonte cor-de-rosa, da água do copo de água, da água de cântaro, dos peixes de água, da brisa na água. Sabia dos caranguejos de lodo e ferrugem. Sabia da lama como de uma mucosa. Devia saber dos polvos. Sabia seguramente da mulher febril que habita as ostras. Aquele rio jamais se abre aos peixes, ao brilho, à inquietação de faca que há nos peixes. Jamais se abre em peixes. Abre-se em flores pobres e negras como negros. Abre-se numa flora suja e mais mendiga como são os mendigos negros. Abre-se em mangues de folhas duras e crespos como um negro. Liso como o ventre de uma cadela fecunda, o rio cresce sem nunca explodir. Tem, o
Olá, Eliana...
ReplyDeleteAff... eu concordo tanto com isto...
Sabe (?), faz tempo que digo por aí... que só respeito os discursos que vem acompanhados de atos, com uma vida coerente de que os enuncia... e, isto vale, principalmente, para mim...
Estranho isto, não? Vindo de mim, talvez de nós, que tenho(temos) tanto prazer com o mundo das letras... Mas é assim mesmo, tenho sido inflexível com discursos vazios... Na mesma medida em que valorizo os atos, os gestos, por mais silenciosos que sejam...
Educar sendo modelar... Apresentar Deus com o exemplo... Defender a ética tornando-se o modelo (não da forma, naturalmente, mas do conteúdo... rs...). Para estas, e para tantas outras coisas... vale muito mais o gesto... do que as “works, works, works”... Acho, rs, que, aos poucos, estou me tornando amigo do “silêncio”... “the sounds of silence”... rs...
A propósito, rs, quem é (JA)?
Bj. do Lobo.
Onde basta uma palavra, não sejam ditas duas. Onde basta um gesto pequeno, não há porque usar palavras...
ReplyDelete(José Aldazábal)
Não conheço o autor, mas esse é o nome.