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Viva e depois esqueça

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A capacidade de esquecer é o que existe de mais precioso sobre a face da terra, sob as nossas faces. Amar é sem dúvida mais magnânimo, mas não é tão vital quanto o esquecimento: é ele que nos mantém vivos. O amor torna a paisagem mais bonita, mas é o bálsamo curativo do esquecimento que nos faz ter vontade de abrir os olhos para vê-la. A paixão empresta um sentido quase mítico aos dias, mas é esquecer da excruciante tristeza perante a morte dela que nos torna aptos para nos encantarmos novamente. Já esqueci amores inesquecíveis e sobrevivi a paixões que, tinha convicção, me matariam se terminasse. Às vezes cruzo na rua com fantasmas que já foram bem vivos na minha história e não deixo de sentir uma certa melancolia por perceber que aquele rosto um dia cheio de significado se tornou tão relevante quanto um outdoor de pasta de dente, por não conseguir sequer recordar o que me moveu em direção a ela: algumas pessoas simplesmente são apagadas da memória como filmes desimportantes. Sem ma